segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Poesia 4

VIDA

Poço lamacento,
perfeição existencial,
de conceito defeituoso,
com áurea definida,
por números e de fins práticos.

Perfeição grega ,
com olhos materializados,
conjunto de linhas harmônicas,
uma canção matemática,
densidade areada,
perfeição singular.

Vento de captura sem defeito,
penhasco da arquitetura atemporal,
ofuscação comparada,
Paradoxal.

Marcio E. Ochner

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Poesia 3

AMOR ELETRÔNICO

Onde andas, o bela,
não ouço mais o seu digitar
sua voz, em pensamentos cala-se ,
crio o seu ser em mim,
mais vivo que a própria vida...
vida, você,
eletrônicamente.

Pensamentos...

Memória que foge as pressas,
nem mesmo dispersa,
em mim,
você cintila e dorme...
e eu te observo pixeladamente...

Marcio E. Ochner

Poesia 2

CAVIDADE

Diante do previsto,
sai e não retoma...
paralisado,
pouca coisa se vê,
quinhão prolífero,
fragmenta-se em cores,
tomam corpo,
nada dizem...

Arremessa-se a desistência,
Causam dor,
Troca repentina de foco,
rende-se a inércia...

Convulsão muscular,
atalho acidentado,
foca sua extremidade,
no bolso outra superfície
amontoado de matéria,
corre a lingueta ,
abre caminho,
indolente momento,
nasce a lembrança,
atrasado...
peça que se fecha,
dispara...

Marcio E. Ochner.

Poesia 1

BEIJO

A toda tempo
Em todo espaço
Algo que prende-se a pele
Que enlaça-se
Anda de cá pra lá
de sabor agradável
Florescência corporal
Que nos priva do calor visceral
Que nos freia ao ar
Como beija-flor
Que deflora
Que beija e permanece
Consciência íntima
Casualidade interior.

Marcio E. Ochner